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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

EU E OS ANIMAIS.

Não é segredo o fascínio que os animais me despertam. E começou cedo.
Eu ficava maravilhado quando ia ao Zôo. Ainda fico.
No interior, tivemos um cão chamado Rintim. Parecia uma raposa (eu sei, raposa não é canídeo. Mas cá pra nós, parece um cachorro). Tivemos depois, já em Brasilia, uma cadela pinscher zero chamada Freedom. Como era um nome meio complicado para pronuncia-lo corretamente, mudamos para Fifi. Era um doce. Dava muita dor de cabeça também. Quando ela morreu, foi como se tivéssemos perdido alguém da familia. Eu particularmente sofri demais. Ficou decidido, não teríamos mais animais em casa.
Aqui em Recife, Verônica meteu na cabeça que queria ter um cão, à minha revelia é claro. Toddy, foi como eu batizei este Lhasa Apso de cor marrom. Ela não imaginava que seu trabalho nesta casa iria triplicar. Ainda mais com a obsessão que ela tem por limpeza. Eu é que tinha que sair com ele para passear, dar banho, escovar o pelo, e pra quem luta contra o tempo para cumprir prazos era inviável ficar com ele. Hoje ele está na casa da minha sogra.
Gosto muito dos bichos, mas não mais para viver sobre o mesmo teto. Há uns tantos gatos que brinco e faço carinhos no caminho para a padaria. Pra mim é o que basta.
Não sei, pode ser o calor, mas há uma indolência geral nesta cidade. Aqui até os gatos parecem mais preguiçosos. Dia destes quase tive um infarto, cruzei com um gabirú ( é como chamam aqui um rato muito grande). Ele passou entre meus pés. E do outro lado da rua uns cinco gatos deitados, gordos em total lassidão, lambendo seus pelos. Deviam ser demitidos.
Já tem dois dias que estou com a pele do lado das costelas toda ralada. Fui até ao portão atender a um chamado e ouvi um miado distante. Procurei de onde vinha o som, e na árvore que fica diante do meu prédio lá estava ele, um gatinho que subiu e (pra variar) não sabia como descer. Dei uma de bombeiro e fui ajuda-lo. A árvore tem dois troncos paralelos, apoiei meu dorso em um e as pernas no outro. Era a unica forma de subir, não haviam galhos menores onde apoiar os pés. O felino assustado subiu ainda um pouco mais. Segurei-o e então me vi como ele, não sabia como descer. Não com ele em minha mão direita. Abraçado em um dos troncos com o braço esquerdo fui me arrastando lenta, dolorosa e vagarosamente para baixo. Como estava sem camisa, ao chegar à calçada estava todo lanhado. Mas fiquei satisfeito, ajudei o bichano magrelinho.
Mas nem tudo é alegria na minha vida quando se trata de animais. Dia destes ia ao mercado com os pensamentos bem longe, quando avistei em frente a um velho portão um poddle toy preto, feio como o pecado. As pulgas deviam ser maiores que ele. Esse bicho vai me dar trabalho, pensei. Não deu tempo pra fazer outro caminho, o filho da puta correu em minha direção com os dentes arreganhado, querendo sangue. Com muito custo colei meu pé no chão pra não chutar suas malditas costelas e manda-lo pro Arizona. Alguém o chamou do portão. Era uma mulher. Ele só quer brincar, disse ela. Claro, só queria brincar. No passado outros cães que tentaram me morder (grandes), também. Eu devo ter cara de brinquedo de cachorro.
Pode ter algo a ver com o local, vai saber se não há ali uma convergência de "energias" que tornam os animais doidos! Cerca de dois anos atrás quase no mesmo lugar, eu ia às compras quando senti uma pancada violenta na cabeça. Achei que alguém tinha me atingido com um tijolo. Olhei para o alto ainda em tempo de ver aquelas asas enormes. Um gavião havia me atacado. Arrancou sangue da minha cabeça.Teria eu passado perto do seu ninho? Pouco provável.
Em Brasília, eu, meus irmãos, já fomos atacados por corujas. E não só por elas, os tais quero-queros são os mais frequêntes.
No inicio do post eu comentei que minha relação com as alimárias começou cedo, não foi? Minha mãe conta que eu ainda engatinhava e eu e outra criança fomos encontrados brincando com uma cobra coral. Contam que ela atacou apenas os adultos que vieram em nosso socorro. Pelo visto Deus tinha mesmo planos pra mim não é?
Este gatinho feito com lápis 6-B foi publicado numa revista de desenhos. É minha homenagem ao felino que tirei do alto da árvore.

6 comentários:

  1. Fala, Eduardo! Belíssimo desenho. E o texto tb, muito bom. Crônicas da vida moderna. Também compartilho com você a idéia de que ser simpático com animaizinhos no caminho pra padaria já é suficiente. Não tenho filhos, nem animais, mas já os tive. Os animais, claro, kkk.
    Abração,

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  2. Olá, Gilberto. Obrigado pelas visitas e comentários. Este blog tem sido uma ótima forma de exercitar a escrita, gosto de escrever, (embora saiba que nunca serei um profissional das letras), por isto quando tenho a oportunidade... Se bem que este final de ano devo diminuir os textos, tenho tido pouco tempo.
    Tudo de bom. Abração.

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  3. Linda imagem. Voce resolveu muito bem o pelo do gato mas o que me chamou atenção mesmo foi a expressão perfeita no olhar. Parabéns (de novo)!

    No mais, todos bem, espero!?
    Gde abç!

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  4. Obrigado meu irmão.
    Aqui vamos todos bem.
    Na luta. Mas com Cristo, a vitória é certa.
    Abração.

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  5. Gostei da ilustração. Me lembrou de um bichano que os pais de um amigo tinham.
    Já vi moças perseguidas por quero-queros, faz tempo.

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  6. No meu caso, certa vez, duas moças se acabaram de rir quando um quero-quero tinhoso me perseguiu um bom trecho do caminho. Me senti patético. Pra quem estava observando deve ter sido hilário.
    Valeu brother.

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