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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ZÉ GATÃO: PESADELO E CATACLISMO.

Estou aqui carregando as baterias para iniciar alguns esboços a serem apresentados ao editor dos livros didáticos de literatura do ensino médio. Assim que acertarmos o tom certo do traço começo mais uma maratona de ilustrações a fim de que fiquem prontas o quanto antes; essas produções são sempre assim, os prazos muito curtos. Na verdade esta história de carregar as baterias como me referi acima é mais uma forma simpática de dizer que estou tentando espanar as teias de aranha da cabeça e arejar o espaço para a mente começar a trabalhar e nada mais salutar que trocar umas ideias aqui com vocês para começar.

Este ano teremos mais um FIQ (ocorre a cada dois anos em Belo Horizonte), um mega evento de hqs que trará algumas estrelas internacionais bastante admiradas pelo público fã desta ainda tão subestimada forma de arte e algumas do nosso próprio firmamento. Muito legal tudo isto. Não ouvi mais falar do festival do Rio de Janeiro que deveria ser anual, será que perdeu o pique mais uma vez?
Bem, tudo isto me trás à mente o fato de que o nosso mercado interno de quadrinhos continua inexistente, exceto é claro para o Maurício de Souza, que possui tradição e divulgação em larga escala. Álbuns são anunciados em diversas partes do país, mas são tiragens baixas, que chegam a uns poucos. Mas penso que no fundo deva ser assim assim mesmo, as melhores obras geralmente nascem da sarjeta. Só é pena que muita coisa fique fora do alcance do grande público. Li coisa realmente muito boa que a maioria nem sabe que existe, e tem muito material que me escapa por não estar mais próximo da vista, pois tenho dificuldades de comprar material pela internet, onde geralmente são vendidos.


Foi por conta destas e outras tantas dificuldades que eu desisti de criar meus próprios quadrinhos, mas vez por outra surge a tentação com uma força avassaladora. Faz anos que planejo uma saga final para o universo de Zé Gatão, o apocalipse dos animais, como gosto de pensar. Mas me aventurar no terreno pantanoso de criar um material complexo e longo sem saber se terá ao final de tudo uma editora que o viabilize, amarra minhas mãos. O final ainda inédito de Memento Mori, me serve bem como fechamento de uma obra, por isto eu dei a coisa como encerrada ali mesmo. Mas ainda existem coisas a serem contadas, como o cumprimento das profecias da Pitonisa, um Zé Gatão decadente e o embate trágico entre mamíferos, insetos e os seres dos mares. Acho que é algo que valha a pena o sacrifício. Por isto decidi que vou contar esta história. Só não sei ainda quando, meu tempo se tornou muito escasso e ainda tenho muita coisa na fila, a bio do Edgar Allan Poe é uma delas, e é um trabalho difícil pacas. Mas está na pauta. Só preciso me acertar e colocar no papel as ideias que por enquanto só estão na minha cabeça.
A imagem que vemos nesta postagem não é exatamente uma cena a estar presente na narrativa, é mais um conceito, algo que me direcione ao tom certo do que desejo expressar. Gosto destas ilustrações, viajo nelas, imaginando um sem número de aventuras onde meu felino possa estar presente, lutando por sua sobrevivência, como luto pela minha.

Mas vamos aguardar os acontecimentos, não posso me afobar, vou construindo a coisa com calma, se Deus quiser. Fora que tenho material (hqs curtas) que dariam pra encher mais um álbum.

Desejo a todos um bom final de semana.

6 comentários:

  1. Adorei aquele homem-tubarão!!! O tom avermelhado ficou fera! Parabéns, Dudu!!

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  2. Barbaridade! Você trabalha à beça. Biografia do Edgar Allan Poe deve ser interessante demais de fazer. Vou acompanhar pelo blog. Abraço!

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    1. Não trabalho tanto quanto gostaria, Carla, mas faço o possível para aproveitar o tempo que tenho disponível.
      A biografia em quadrinhos do Poe já conta com mais de 50 páginas, ainda é muito pouco, mas de tanto em tanto ela vai crescendo até a conclusão.
      Obrigado e um abraço.

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  3. Fala, Eduardo! Rapaz, você tem muita lenha pra queimar com o Zé Gatão. Torço para que consiga trazer à luz do dia tudo que anda pela sua cabeça. Mesmo com o cenário não tão animador de nossas HQs. Quando leio suas narrativas aqui no blog, me vê sempre à mente a figura de Dom Qixote, kkk. Isso pode ser bom ou ruim, sei lá...
    Bacana sentir, pelas suas palavras, que está um pouco mais animado e com a saúde um pouco mais sob controle, como deve ser...

    Tenha um bom final de semana, vc e a Verônica.

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  4. Dom Quixote? Nunca tinha me passado pela cabeça, Gilberto, mas acho que você teve bom discernimento, me sinto mesmo como se lutasse contra moinhos de vento achando que são monstros (e na minha cabeça realmente o são). e tem sim o lado positivo. Acho que só assim para traduzir o que vai pela alma no branco do papel. Vamos trabalhando devagar nestes projetos paralelos, aos poucos eles vão ganhando corpo.
    Um passo após o outro e vou recuperando o pique, graças a Deus.
    Obrigado e tudo de bom.

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